quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A dislexia emocional: Deixe de ser criança!

Você é o adulto confiante e confiável que sempre achou que seria, ou a vida muitas vezes o deixa desconcertado?
Você fica frustrado porque acha que deveria ter mais controle?
Você se sente embaraçado ou infeliz quando reage de determinadas formas, mas descobre que não consegue impedir que isso aconteça?

É com essas três perguntas impactantes que Helen Kramer inicia seu livro “Deixe de ser criança”. Usando o termo dislexia emocional, ela explica como adultos podem comportar-se emocionalmente como crianças. “A dislexia emocional é um impedimento fundamental para que uma pessoa atinja uma maturidade plena. É o motivo que o leva a explodir quando deseja sentir-se calmo, a ter medo quando quer ser corajoso ou a sentir-se frustrado ao invés de bem-sucedido.”
Nosso processo de aprendizagem inicia-se quando nascemos e se dá na troca com o meio. Primeiro na troca com os pais e, principalmente, com a mãe ou quem cuida do bebê. Com o passar do tempo as trocas se dão com o meio ambiente. Porém, os bebês não sabem que suas mães vão lhe alimentar quando estão com fome, e, por isso, choram. Com o passar do tempo e desenvolvimento de sua memória, eles começam a chorar menos, porque sabem que suas mães virão com a mamadeira. Segundo a própria autora, a vida torna-se dramática por não ser ainda compreensível para uma criança. “A vida é verdadeiramente dramática para a criança devido à sua incapacidade de controlar-se e de controlar o ambiente em que vive.”
Pessoas “disléxicas emocionalmente” são aquelas que não sabem lidar com as mudanças que acontecem em suas vidas e agem como crianças. Tornam-se dependentes e impotentes e agem melodramaticamente diante de situações que requerem certo controle emocional. Todos nós podemos passar por isso. Segundo palavras da autora, ninguém é perfeitamente equilibrado todo o tempo. Muitas vezes vemos pessoas bem-sucedidas em seus trabalhos e super infantilizadas dentro de casa; executivas de grandes empresas brigando com seus namorados porque ele não ligou na hora combinada, um grande médico brigando no trânsito por causa de uma “fechada”.  A maioria das pessoas têm certa área onde percebem que não tem controle e onde as respostas emocionais são infantis.
É preciso que conheçamos aonde somos frágeis, já que certas situações sempre se repetem.  Passamos a vida repetindo as mesmas situações que nos impedem de crescer e só mudamos personagens e cenários. Crescer e virar adulto é difícil e não vem com manual. A psicoterapia nos ajuda a encarar nosso medos, ampliar nosso recursos e assumir quem queremos ser, independente do que dizem que é o certo. “Em nossa sociedade, estamos constantemente transformando seres humanos comuns em heróis e ficando desapontados quando não correspondem às nossas expectativas (...) Ficamos zangados quando nossos heróis nos decepcionam, porque estamos procurando modelos de poder baseados em nossas percepções infantis.”
Acalme-se: você é apenas um ser humano!

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