domingo, 26 de junho de 2011

Encontros
& Desencontros
Ele
simplesmente não está a fim de você

Espaço Trocando Ideias convida para a palestra:
30 de junho de 2011
Às 19 horas
Rua Jardim Botânico, 674 - Auditório
Jardim Botânico
Inscrições: (21) 3874-0199

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Ser pai hoje: um grande desafio !

A transição da conjugalidade para parentalidade é um momento bastante mobilizador dentro do ciclo de vida familiar. Dentro desta transição, o período da gravidez é bastante ansiogênico tanto para homens como para mulheres. Medo, ansiedade, angústia, preocupações e fantasias pairam as mentes dos futuros papais e mamães. Porém, pouco se escreve sobre a gravidez na perspectiva dos pais. A maioria dos textos ainda aborda somente a experiência da mulher. Futuros pais podem se sentir bastante excluídos neste período. Em pesquisa realizada recentemente por Bornholdt et al., os futuros papais queixam-se de não terem espaço para desabafar e falar de suas angústias.


A vivência do período de gravidez também mobiliza bastante os homens. Como somente as mulheres ficam grávidas, muitas vezes os homens sentem-se excluídos, solitários e até invejosos. Esse afastamento e essa falta de espaço dado aos hoemns pode afastá-los do bebê, por isso, o vínculo paterno pode levar mais tempo, ocorrendo, muitas vezes, somente quando o bebê nasce.

Hoje, percebemos que os homens querem ficar mais envolvidos na situação da gravidez e menos periféricos, embora, alguns papeis ainda tradicionais atrapalhem a experiência do futuro papai. Homens e mulheres ainda comportam-se de maneira conservadora e fixa nos papeis de gênero. Na pesquisa citada, parece que a preocupação com a vida financeira da nova família fica a cargo dos homens.

O cenário contemporâneo assiste a homens que tentam ser mais participativos no processo da paternidade não somente quando o bebê nasce, mas desde a sua gestação. Precisamos conversar mais sobre o processo da paternidade, abrindo espaço para que homens falem também de seus medos e angústias. Precisamos acolher os homens neste processo e escutá-los!

“Ser pai atualmente é, certamente, caminhar por um terreno desconhecido, antes e depois do nascimento dos filhos. As referências passadas não são mais suficientes para dar conta das demandas da paternidade na atualidade. Reinventar e redefinir o lugar do pai na família e na sociedade é, certamente, um dos grandes desafios dos homens e mulheres da contemporaneidade.” (Bornholdt et.al., 2007, p.90)



quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Psicoterapia: um caminho para o autosuporte.


A palavra autonomia, etimologicamente deriva de ser “autogovernante”. Ser autônomo significa agir de acordo com o próprio ser, sentir-se livre e volitivo em suas ações. Quando autônomas, as pessoas estão inteiramente dispostas a fazer o que estão fazendo e elas abraçam a atividade com senso de interesse e comprometimento. Por outro lado, ser controlado significa agir por estar sendo pressionado. Seu comportamento não é expressão de seu ser e essas pessoas tornam-se alienadas.

O que é preciso para que busquemos nossa autonomia? Para ser autônomo, você precisa ser autêntico, para ser autêntico, você precisa integrar várias partes de seu self e para tal, precisa se conhecer bastante.

O processo psicoterápico tem um objetivo ético, no sentido de transformar seres controlados em seres autônomos. Ao invés de seres alienados, seres autênticos. O maior desafio do psicoterapeuta, na relação com seu cliente, é o de favorecer essa transformação, já que ele também é um indivíduo inserido numa sociedade que tenta adequá-lo e submetê-lo a regras externas. A relação psicoterápica por si só já deve ser uma relação transformadora, no sentido de permitir que os dois seres em relação sejam livres e espontâneos em seus jeitos de ser-no-mundo.

Muitos preconceitos existem em relação ao processo de psicoterapia. Um deles diz que pessoas em terapia ficam egoístas e solitárias. Mas, pesquisas revelam justamente o contrário. Quando as pessoas entram em contato consigo próprias sentem-se mais livres e mais autênticas (nem por isso, menos responsáveis), daí poderem se relacionar de forma mais madura com as outras pessoas. Quando não sabemos quem somos, nos relacionamos de forma “escamoteada”, não revelando ao outro nosso self, porque nem nós o conhecemos.

Edward Deci é Ph.D em Psicologia e estuda há vinte e cinco anos conceitos como autonomia, autenticidade, liberdade e self. Segundo ele, todos os relacionamentos, até mesmo os mais íntimos, são permeados por uma luta incessante para sermos quem queremos ser. Estamos sempre brigando entre a autonomia e o controle, entre escolha e submissão, entre autenticidade e alienação.

Pessoas em posição de superioridade sejam elas pais, professores, médicos, psicoterapeutas etc devem repensar suas posições. Enquanto terapeutas, estamos submetendo os outros ou estamos criando condições nas quais o outro se sinta motivado? Segundo Deci, “a escolha é a chave para a autodeterminação e a autenticidade”. Precisamos esquecer a ideia de que motivação é algo dado pelo outro. Enquanto psicólogos clínicos, nossa tarefa é ajudar o outro a descobrir se suas escolhas e ações são autodeterminadas e fazem sentido para si e isso já é bastante trabalho!



segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

“Ser uma mulher solteira hoje.”

Ser mulher hoje parece ser bem mais complexo do que era antigamente. Mulheres que estão hoje com 30 anos aproximadamente são filhas do movimento feminista, ou seja, trabalham bastante, não sabem fazer nada na cozinha e nem querem, tem que pensar em suas carreiras, tem alguns “ficantes” e várias amigas com quem dividir suas angústias.
Embora não seja uma vergonha ser solteira aos 20, quando chegam aos 30 e 40 ser solteira vira um problema. Ela sofre pressões e preconceitos por parte da sociedade, parecendo inadequadas. As amigas estão casadas, “felizes” e com suas crias e elas ... solteiras !
Quando ouvimos das mulheres quais seus sonhos e planos, quase em todos está incluída a figura masculina. O que acontece hoje é que valores conservadores convivem com valores contemporâneos. A mesma mulher que paga as contas, que pode tudo e não precisa de nada é a que quer ter uma vida familiar nos moldes da sua mãe.
Márcia Rejane Mercia, analisando em sua dissertação, o programa Sex and the City, diz que ele apresenta uma mulher “aparentemente desprovida de pudores sexuais, mas infeliz caso não tenha um laço afetivo.” Em sua análise, Márcia diz que o final do programa expõe quatro mulheres que tem seu “final feliz”, porém, nos moldes dos romances de folhetim. Embora os diretores do programa tenham dito que o objetivo era mostrar uma mulher “empoderada”, acabam por aprisioná-la em seus paradoxos, já que a saída para sua felicidade e igualdade está sempre dependente do homem. No final, o programa apresenta o ideal de felicidade feminina: um lar seguro em um núcleo familiar!
O que podemos perceber e observar hoje é que a mulher já entendeu que é dona de seu próprio nariz, ela toma suas próprias decisões, paga suas contas, porém não deixa de sofrer por isso. Principalmente em relação a sua vida afetiva, elas ainda sofrem pressões para serem enquadradas nos moldes tradicionais.