sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Homens, mulheres e seus desencontros



Pesquisas mostram que as brasileiras, diferentemente das alemães, acumulam funções. Em países como a Alemanha, o número de mulheres que opta por não ter filhos, por conta do investimento na carreira, é cada vez maior. Geralmente, quando alcançam o esperado sucesso profissional, já é tarde para ter filhos. Os números mostram que 44% das alemães com formação universitária não tem filhos. Na Alemanha e em alguns outros países, como a França, a opção por não ter filhos é culturalmente aceita, enquanto que, no Brasil, o valor da mulher ainda deriva do fato de ser esposa e mãe. Segundo a antropóloga Miriam Goldemberg, os homens são socializados com futebol e outros jogos competitivos, enquanto que as mulheres são socializadas com novelas, romances de banca, como Sabrina (que até hoje vende muito!) e filmes como “Sex and the city”, que mostram mulheres idiotizadas a procura do príncipe encantado.

Na nossa cultura, o valor da mulher vem do fato de ela possuir um bom homem ao lado, que quer dizer, ser bonito, esperto e bem sucedido, o qual ela expõe como um troféu. O movimento feminista tinha o objetivo de fazer com que as mulheres recusassem o lugar de 2º sexo ou sexo frágil e também os papéis de esposa e mãe como principais em suas vidas. Vemos que hoje, outros assuntos estão em pauta na vida das mulheres como carreira, dinheiro e consumo, porém, elas estão complicadas, principalmente aqui no Brasil, onde ainda se vêem na obrigação de mostrar ao mundo que “dão conta de tudo”. Atolam-se em suas diversas funções e reclamam 24 horas por dia! Pesquisas mostram que ainda no espaço doméstico, são elas que mandam, enquanto que em espaços sociais vemos cada vez mais a distância entre homens e mulheres diminuir.

A entrada da mulher no mercado de trabalho tornou-as exigentes e independentes e isso causou e causa muitos conflitos nas relações afetivas com os homens. Os homens têm reclamado bastante que elas têm muitas demandas, reclamam de tudo e que eles não conseguem satisfazê-las nunca, enquanto elas reclamam que falta homem interessante no “mercado” e que eles priorizam outras coisas, como futebol e amigos, ao invés da relação a dois. O que se vê é que os jovens continuam querendo casar, porém os casamentos têm durado menos tempo, porque homens e mulheres estão muito exigentes e, em conseqüência disso, muito intolerantes e insatisfeitos. É preciso que estejamos abertos a novas formas de relacionamento, onde o diálogo e a liberdade de ser do outro sejam respeitados.