quinta-feira, 17 de junho de 2010

Homens e mulheres: Diferentes sim, por que não ?

É muito comum ouvirmos homens dizendo que preferem conversar com seus amigos e que tem muita dificuldade em entender as conversas de suas mulheres com suas amigas. Em restaurantes e bares, assistimos comumente a mesas divididas entre os clubes do “Bolinha” e da ”Luluzinha”.

Deborah Tannem, especializada em linguística, estuda as diferenças entre homens e mulheres no que concerne às diferenças em seus discursos. Em sua pesquisa de mais de três décadas, ela descobriu que o discurso deles tende a se concentrar na hierarquia, enquanto que o das mulheres dá prioridade à conexão com o interlocutor.

Assistindo a conversas entre meninos e meninas, percebemos isso claramente. Meninos disputam para confirmar quem foi mais vezes à Disneylandia ou qual pai tem o carro mais potente, enquanto meninas buscam semelhanças entre suas vidas. Uma menina pode mentir dizendo que seu irmão tem o mesmo nome do da outra, simplesmente como sinal de boa vontade para com a amiguinha.

Essas diferenças entre hierarquia e conexão causam bastantes mal entendidos nos relacionamentos entre homens e mulheres na resolução de problemas, por exemplo. Mulheres desabafam com outras com o objetivo de tornaram-se mais próximas enquanto os homens estão preocupados em ter alguma solução para aquele problema que seu amigo lhe conta. Por isso, homens não entendem quando nós, mulheres, chegamos em casa e queremos conversar sem nenhum objetivo mais premente, simplesmente queremos estar mais próximas, enquanto eles querem logo saber aonde aquela conversa toda vai dar!

Apesar dessa diferenças, a autora vê similaridades entre os discursos masculino e feminino. Homens também querem se conectar e mulheres também querem ter poder, porém a forma de atingir esses objetivos é diferente. “Mulheres respondem às amigas: “isso também aconteceu comigo”, enquanto homens respondem: “ o que aconteceu comigo foi bem pior” a um desabafo de um amigo. A diferença está em que a forma de ser mais poderosa das mulheres é mais sutil e disfarçada, enquanto que a forma de se conectar dos homens é mais competitiva e agressiva.

Meninos e meninas são diferentes e semelhantes em muitas coisas. Entender a diferença de como surgem as distinções entre os sexos, baseadas na biologia, na neuroquímica e na cultura faz com que fujamos dos estereótipos e facilitemos o encontro entre homens e mulheres.



terça-feira, 1 de junho de 2010

O amor, um conceito careta hoje!


Não podemos esquecer que somos seres sociais, incluídos em uma cultura consumista, que nos diz o tempo todo para consumirmos mesmo que não precisemos daquele objeto, porque assim seremos felizes! Como, então, falar de amor ou de relacionamentos amorosos hoje?  Amor é um tema que pode ser taxado de “careta” entre os jovens de hoje. A linguagem entre eles é “ficar”, “sair” ou “pegar”. É muito comum ouvirmos entre adolescentes: E aí pegou quantas ontem na balada?
Numa sociedade como a nossa, nos vimos obrigados a comprar objetos que não nos são necessários. Como colecionadores compulsivos, juntamos peças da moda e temos que comprar o tênis da onda senão somos excluídos do grupo, compramos o celular da moda e no dia seguinte um novo modelo é lançado e já ficamos ultrapassados. Portanto, como pensar a ideia de viver e amar alguém a vida toda? Como pensar na idéia de continuidade, permanência numa sociedade tão rápida e efêmera? Isso pode parecer impensável para seu filho ou sobrinho de 16 ou 17 anos. Como nos diz a psicanalista Malvine Zalcberg, “todo o discurso que se assemelha ao capitalismo deixa de lado tudo o que chamamos das coisas do amor. Os sujeitos contemporâneos desconhecem a diversidade e a particularidade de sua relação com o outro. (...) O homem vive em nosso tempo enredado no dilema entre a necessidade de ser querido e o desejo de manter-se livre.”
Temos que pensar que o amor leva tempo para se constituir, é um processo e significa renúncia. Ele não é um produto de uma experiência que acontece à primeira vista, nem uma sensação ou uma fantasia, o amor pertence à vida real, exige ações decisivas e comportamentos concretos. Independentemente da época em que vivemos, o desejo de amar e de encontrar um parceiro amoroso é universal entre homens e mulheres.